O desenvolvimento da gastronomia são-tomense

Gastronomia São-tomense

S. Tomé e Príncipe dispõe de uma gastronomia rica e variada, à base de peixe e de legumes, fator que muito fascina os turistas que são praticamente "obrigados" a degustar os pratos típicos deste país.

O peixe é um dos produtos mais abundantes neste paraíso perdido no Golfo da Guiné. Aí, a venda do peixe é muito mais frequente do que a venda da carne, além de ser mais barato. Ao contrário do que se passa noutras partes do mundo, em que os ricos comem peixe e os pobres comem carne por ser mais acessível, em S. Tomé e Príncipe o peixe é mais barato que a carne.

O peixe fresco que se pode encontrar junto à costa é vendido, no mercado, a baixo preço e pode ser confecionado de muitas maneiras, (grelhado, frito e cozido) e com os diferentes acompanhamentos (banana cozida ou frita, matabala, fruta-pão, mandioca e, só eventualmente, é acompanhado com arroz ou batata) Apesar que recentemente, já se vem notado bastante o uso do arroz.

Realidade esta em que já se vem notando alguma diferença.


É de salientar que a gastronomia faz parte da cultura de um país e de certo modo, identifica-a.

Por isso, é necessária a preservação e valorização da nossa cultura para assim podermos mostrar às gerações vindouras os nossos hábitos, costumes e origem. Com o uso de novas tecnologias, fruto da globalização, as identidades dos povos alteram-se, geram-se novos hábitos e a cultura tradicional vai ficando para trás, muitas vezes esquecida.

Se não tivermos cuidado, quando dermos por nós, já não sabemos como confecionar o nosso próprio prato. Este é um aspeto que, tal como a nossa língua, entre outros, ao longo dos anos, tem mudado e muito.

Por isso é de evidenciar que a gastronomia faz parte do nosso património histórico-cultural face ao seu valor e ao impacto que tem, tanto na nossa sociedade como nas outras. Por exemplo, quando falamos de bacalhau com natas lembramos-nos logo de Portugal, e quando falamos de caril viramos-nos logo para a Índia ou para Moçambique.

Outro fator importante na gastronomia é que ela evolui consoante a evolução da sociedade, à medida que a população evolui, também os pratos vão sofrendo transformações.

A época colonial, nos séculos. XIII a XIX, permitiu a entrada de vários povos que vieram com a sua cultura e os seus hábitos alimentares, o que alterou substancialmente a forma de cozinhar. Mas estas novidades foram incorporadas na cultura e adaptadas segundo os ingredientes locais disponíveis.

Exemplo disso é o calulu, que também é confecionado em Angola, e é significativamente diferente do confecionado em S. Tomé e Príncipe, devido aos produtos utilizados, bem como os acompanhamentos. Por isso dizemos calulu de S. Tomé e Príncipe e calulu de Angola, designação de pratos que, tendo origem comum, se desenvolveram distintamente.

O mesmo se pode dizer da cachupa, que é um prato tradicional de Cabo Verde ou o caril, prato tradicional de Moçambique, que foram ambos adaptados à realidade de S. Tomé e Príncipe sendo que o modo de confecionar é distinto. O mesmo se pode dizer de muitos outros pratos que estas ilhas adaptaram em função dos recursos disponíveis e que, hoje, fazem parte integrante da nossa cultura porque o modo de preparação não é igual ao dos países de origem.

Como já referimos, o fato de se localizar no Oceano Atlântico faz com que S. Tomé seja abundante em peixe o que influencia bastante a culinária. Pratos oriundos de outros países feitos à base de carne foram, adaptados em S. Tomé e Príncipe para pratos à base de peixe.

Antigamente demorava-se muito a confecionar um prato típico, devido ao uso de muitos ingredientes que exigiam muito tempo de cozedura, o que contribuía para apurar o sabor
dos alimentos bem como as suas características medicinais. Agora, a forma de cozinhar tornou-se muito mais prática e adequada à vida quotidiana devido à falta de tempo e,
por outro lado, aos fracos recursos económicos por parte da população.
Calulu de Angola

Calulu de São Tomé e Príncipe



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4 comentários:

  1. Boa iniciativa Neusa :-)
    Desta forma possibilitas dar a conhecer algumas das riquezas desta zona magnífica!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Gostei muito do teu trabalho.
      Mayra Oliveira

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