Brincar com o Calulu

Hoje vamos falar do Calulu.

O Calulu é um prato típico de São Tomé e Príncipe. Não será originário destas ilhas mas foi adaptado pelas nossas gentes com os ingredientes locais e, hoje, como há muito tempo atrás, o calulu é um dos pontos fortes e prato incontornável da sua gastronomia.

Que tem este prato que o torna tão especial? Tem sabor, é certo, mas tem muito mais do isso, tem toda a história das famílias são-tomenses, tem o cuidado ímpar de preparação, tem a cultura das gentes e o diálogo com os forasteiros.

É uma das comidas mais demoradas e das que leva mais ingredientes de S. Tomé e Príncipe. Cerca de 4 a 5 horas é o tempo mínimo que demora a sua preparação.

O calulu é consumido como refeição habitual das famílias São-Tomense, nas festas religiosas e tradicionais, é presente dado aos defuntos no dia do bocado e oferecido a quem chega para visitar. Reza a lenda que quando uma família faz calulu, há um visitante a chegar.

Folha de matabala
Composto por mais de uma vintena de folhas diferentes, existentes na luxuriosa vegetação das ilhas, conhecidas também pelas suas fortes propriedades medicinais contra a malária, anemia, cólicas, entre outras maleitas, deixamos aqui o exemplo de alguns destes «verdes» que compõem o calulu. Além da couve e do agrião, conhecidos em toda a parte do mundo, temos plantas e verduras locais como sejam otaje, olho de margoso, folha de ponto, folha de tartaruga, folha de libô, d´água, folha de mússua, ton fonso, folha da mina, macumbi, figo tôdô, figo porco, folha tótóú, bujíbují, olho de guêgue, folha de maquequê, entre outras. Também as designações que aqui usamos são os nomes que estas plantas recebem nas ilhas.

Uma outra peculiaridade do calulu de São Tomé é que este é um calulu que foi sobretudo de peixe fumado ou fresco, embora também se faça calulu de galinha.

Maquêquê
É claro que um prato tão demorado quanto este e com uma tão grande variedade de ingredientes – de que referimos apenas algumas verduras e o peixe ou carne – não pode ser simples de confecionar. Daí que, aquilo a que se vem assistindo nos últimos anos é à paulatina simplificação de um prato tão rico e único, verdadeira pérola da gastronomia das ilhas.

Acresce referir que os utensílios tradicionais, como o pilão, entre outros, fazem parte da confeção original. E ainda fazem, para os mais resistentes e amantes da tradição e deste sabor tão especial.

Bom, mas quantos ingredientes, afinal, leva o calulu? Tente adivinhar. É o desafio que vos deixo. A margem de erro pode ser de 10, certo?

Queria ainda deixar um convite aos já conhecedores deste prato: tente descrever, em não mais de 20 palavra, o sabor do calulu. Daremos destaques às melhores respostas.


Calulu da minha mãe


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3 comentários:

  1. o calulu tem um sabor inesplicavel, so sei que e muito bom e delicioso, embora esteje longe da terra, tenho que comer calulu pelo menos 3 ou 6x por ano,e muito pouco porque onde vivo nao se encontra os principais ingridientes como o pau-de-pimenta, ossami e mesquito.Mas com ajuda d familiares aranjo o suficiente para o ano todo ou seja pelo menos 3x . Para mim sem ofender a ninguem e o manjar dos Deuses.

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    1. Não podia concordar mais consigo minha querida, é um prato que para além de ser muito delicioso, faz muito bem para a saúde devido as suas plantas medicinais. Por isso só tem a ganhar.

      Alias não ache pouco 3 a 6 vezes pois conheço muitas pessoas que não têm esse privilegio infelizmente.

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